COMO IDENTIFICAR OS SINTOMAS DA DESIGUALDADE RACIAL

Conhecendo as desigualdades raciais

O tema das desigualdades raciais engloba diferentes dimensões da sociedade que, embora estejam relacionadas, constituem esferas bem distintas, como, por exemplo: acesso à educação e desempenho escolar, salários e economia, emprego e moradia, são algumas das dimensões socioeconômicas.

No Brasil, estas desigualdades têm fortes raízes históricas, sendo uma realidade que só será alterada de forma significativa, se tivermos políticas públicas específicas que abordem essa temática.

Nos últimos quinze anos, vimos transformações importantes acontecendo em nosso país, no tocante a agenda de estudos sobre as desigualdades raciais. Podemos associar várias dessas transformações a mudanças estruturais e a formas de enfrentamento das desigualdades raciais através das políticas públicas de inclusão social.

No entanto, há ainda muito que se avançar para superação destas desigualdades entre brancos e negros. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os negros (a soma de pretos e pardos) representam 75,2% do grupo formado pelos 10% mais pobres do país.

A participação da população negra no governo ainda é muito restrita. No ano de 2018, entre os deputados eleitos no Brasil, apenas 24% eram pretos ou pardos, (IBGE). Ou seja, ainda existe pouca representatividade desse grupo nas importantes decisões políticas no país.

Infelizmente, o preconceito inda está enraizado em situações simples do cotidiano, como nas salas de aula, no ambiente de trabalho, nas rodas de conversa, etc. O fato é que ele ainda existe em meio às sociedades, não apenas no Brasil, mas em outras partes do mundo.

Estas desigualdades sociais e a grande discriminação racial configuram como violações dos direitos humanos e são evidentes quando comprovadas através de estudos e diagnósticos feitos por várias organizações, onde nesse caso destacamos o IBGE. Esses dados somente evidenciam a dura realidade enfrentada pelo afrodescendente, como uma renda menor quando comparada a dos brancos, a taxa de analfabetismo sendo duas vezes maior na população negra e mais da metade de alunos pretos e pardos estudando em estabelecimentos em área de risco e violência.

IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) traz mais uma triste mostra dessa desigualdade social. A cada dez pobres, seis são negros, cerca de 47% da população brasileira.

Sabemos que a desigualdade racial existe de forma real, entretanto, quais são as marcas e sintomas deixados por ela naqueles que são afetados? Será que todos conseguem “sacudir a poeira e dar a volta por cima”?

Nesse artigo, você irá descobrir alguns desses sintomas por trás da Desigualdade Racial, e como nós do Projeto Abraasuamente, podemos te ajudar a superá-los. Veja como, nesse livro que publicamos, onde abordamos de forma mais profunda esse tema.

Quatro sintomas da desigualdade racial

Já vimos que a desigualdade racial atinge muitos afrodescendentes deixando marcas profundas. Porém, quais são essas marcas e os sintomas por trás dessa desigualdade?

Talvez você esteja lutando contra a baixa autoestima e vivendo em um ciclo de desequilíbrio emocional por causa disto, o que o leva a viver ansiedades, medos, fobias, e até levá-lo à depressão.

A autoestima nada mais é do que a construção dos pensamentos que temos sobre nós mesmos, a forma como nos vemos. Durante nossas experiências de vida, poderemos distorcer e deturpar algumas vivências e construirmos uma ideia errônea de autoestima. Não significa ser prepotente, egoísta ou orgulhoso, mas sim saber exatamente quem é você, através do autoconhecimento procurando lidar com as situações de forma sadia.

Se você quiser entender mais sobre Autoestima, acesse esse livro que traz dicas preciosas de como superar a baixa autoestima.

Algumas das formas dessa baixa autoestima se apresentar é:

 

1.Inferioridade: Sentir-se inferior e agir como se o outro fosse melhor ou mais capacitado que você. Todos nós em algum momento da nossa vida, nos sentimos inferior a outras pessoas, talvez devido às funções ou habilidades que elas desempenham ou têm. Até mesmo uma pessoa com uma autoestima elevada, pode em algum momento sentir-se insegura, e isso faz parte do processo de crescimento interior. Mas quando esse sentimento passa a ser constante e a prejudicar seu potencial, é preciso ficar alerta, pois pode se tornar um complexo de inferioridade.

 

O complexo de inferioridade está diretamente relacionado à falta de autoestima, pois gera dúvidas sobre quem você realmente é, resultando em um processo inconsciente, o qual a pessoa não se sente pertencente ou merecedor, levando a compensar demais seus comportamentos através de atitudes exageradas ou espetaculares, em uma busca pela perfeição.

 

A falta de amor-próprio e essa busca incansável pela perfeição, são as principais causas que levam uma pessoa a se sentir incapaz e inferior. Aos poucos, ao ver que não consegue ser perfeito, julga não ter valor, que não é capaz, levando a um círculo vicioso, fazendo com que essa pessoa se afunde ainda mais em inferioridade, se diminuindo e se anulando.

 

Muitas pessoas têm tudo para dar certo, para serem bem-sucedidas, mas acabam se autossabotando, perdendo grandes oportunidades na carreira profissional, em relacionamentos e até mesmo oportunidades de crescimento educacional. Temos um programa focado em carreira profissional que pode ajudar você a ser bem sucedido.

 

Acabam vivendo a síndrome do não merecimento, por se acharem inferior aos outros, pensando menos em si mesmas, crendo que não merecem coisas boas como um bom emprego, uma boa casa, uma vida melhor e acabam frustradas na mesmice do dia a dia.

 

Este complexo de inferioridade geralmente é fruto de rejeição, de críticas, de um ambiente abusivo, ou muitas vezes por marcas deixadas na sociedade, das desigualdades socioeconômicas.

Muitos afrodescendentes trazem essas marcas profundas, e às vezes nem percebem ou se dão conta do porquê dessa inferioridade, se afundando ainda mais neste precipício, em um caminho que parece sem volta.

Outros, para compensar esse sentimento, agem com superioridade, sendo este nosso próximo ponto.

2.Complexo de superioridade: Sentir-se superior, agindo com raiva, agressividade, tentando se impor.

complexo de superioridade é uma forma sutil de manifestação da baixa autoestima. Geralmente são pessoas que não acreditam o suficiente em si mesmas, então precisam se mostrar superiores, arrogantes, agressivas, para “provar” que têm poder para subjugar os outros.

 

Pessoas com esse complexo geralmente têm opiniões exageradas sobre si mesmas, e acreditam que suas habilidades são melhores e superiores que as dos outros. Mas, na realidade, podem estar escondendo um sentimento de inadequação, ou um senso de inferioridade.

 

O psicólogo Alfred Adler, foi o primeiro a descrever esse complexo. Ele destacou que esse comportamento, na verdade, é um mecanismo de defesa contra esses sentimentos de inadequação, e a pessoa super compensa a inferioridade que ela sente dentro de si, como se fosse uma maneira de encobrir os sentimentos de fracassos e de falhas.

 

Ou seja, ela é arrogante com as pessoas ao seu redor para compensar a sensação de inferioridade que ela sente.

3.Todos são culpados pelos meus problemas: acreditar que todos são igualmente culpados, quando, na prática a desigualdade é muito mais complexa.

De quem é a culpa pela desigualdade racial? Dos governantes? Das pessoas que agem de forma racista? Dos meus pais? Vizinhos? Trabalhamos esse pontos de forma mais profunda em nossas redes sociais. Assista alguns de nossos vídeos e entenda mais sobre racismo e suas consequências.

Nesse ponto quero trabalhar duas palavras importantes: Culpabilidade e Enfrentamento. Dois termos muito utilizados na psicologia.

?      Culpabilidade: Diante de uma situação de dificuldade, de dor, de perda, nos sentimos ressentidos e queremos sempre achar “o culpado”. Quem provocou essa dor?

O ressentimento é um sentimento que paralisa e mata aos poucos, como um veneno. Ele vai se enraizando e buscando o culpado. Se tem um culpado, eu não preciso fazer nada, pois é o OUTRO que tem culpa pelo meu sofrimento. Não preciso agir, e acabo vivendo de forma passiva diante dessa dificuldade. Um traço que se repete, vivendo a culpabilização do outro por meus fracassos e frustrações.

?      Enfrentamento: É justamente o oposto. “É tomar as rédeas” da própria vida, tornando-se responsável por seu sucesso ou fracasso, respondendo de forma ativa aos desafios da vida.

Sabemos que precisamos de mais políticas públicas, de leis que favoreçam a todos e não apenas a uma minoria, para tentar diminuir a desigualdade racial. Para isso acontecer, precisamos da iniciativa de governantes, do acesso à educação, de promoções de leis e estatutos, contudo não podemos NOS tirar dessa equação.

“O que eu faço, ou como eu reajo diante do que fazem comigo, é minha responsabilidade, e não apenas a culpa do outro.”

Seja forte, lute por seus direitos, erga a cabeça e descubra possibilidades onde você não imaginou que poderia existir.

Uma frase marcante da pensadora Sara Costa nos diz:

“Culpar os outros pelos seus fracassos, é a forma mais simples de demonstrar que não tem coragem suficiente para assumir os próprios erros.”

 

Muitas pessoas acreditam nos mitos ditos por tantos anos sobre o afrodescendente. Nesse manualvocê pode descobrir quais são e como se blindar contra eles.

4.Ansiedade: Sentimento de incerteza, angústia, medo e insegurança. É como se o mundo ao seu redor fosse tão gigantesco, com proporções tão grandiosas que te intimidasse a fazer qualquer coisa.

De forma geral é uma reação considerada normal em situações estressantes, como em provas e entrevistas, ou em momentos de perigo nos possibilitando a fugir ou a lutar. Mas, se ela se torna excessiva, pode causar problemas na sua vida diária e nas suas atividades cotidianas, tanto na área social, profissional ou nos seus relacionamentos.

Uma das marcas da ansiedade é a preocupação exagerada e expectativas sempre negativas ou medo do futuro. Geralmente vem acompanhado de sintomas físicos como a tensão muscular, dor de cabeça, palpitação e falta de ar, entre outros. Essa situação pode te impedir de realizar suas tarefas, de se relacionar, e inclusive acarretar problemas de saúde.

Como sair desse quadro de ansiedade:

Se esse é um problema com o qual você tem lutado, busque apoio! A terapia pode te ajudar a reconhecer o que tem te afetado e causado essa ansiedade, e a buscar novos padrões de pensamento e comportamento.

Pratique exercícios físicos, técnicas de respiração. Converse com um bom amigo, e lembre-se: O passado não deve determinar como você vive seu presente, nem o medo do futuro te impedir de viver todo o seu potencial.

QUE POSTURA DEVEMOS TER DIANTE DA DESIGUALDADE

Precisamos falar sobre desigualdades no Brasil. Somos um dos países mais desiguais do mundo, com um gigantesco abismo entre ricos e pobres, e esses níveis extremos de desigualdades são incompatíveis com uma sociedade democrática.

Os relatórios anuais como os da organização Oxfam Brasil sobre os indicadores e reflexões das desigualdades de renda, raça e gênero no Brasil, visam contribuir com o debate público, apontando os principais problemas e pensando as melhores e mais eficientes soluções para essas questões.

 

Se realmente queremos construir uma sociedade igualitária, é necessário não apenas lutar contra o racismo, mas desenvolver estratégias eficazes para o seu enfrentamento. Nesse cenário, o combate à desigualdade racial na educação é essencial. É através da educação que vamos trazer mudanças de forma efetiva. 

DE QUE FORMA VOCÊ PODE SE ENVOLVER?

Talvez ainda tenhamos um longo caminho a percorrer, mas ao invés de nos conformarmos com a situação, ou de apontarmos o dedo e procurarmos culpados, podemos promover práticas eficazes no combate à desigualdade racial, e da mesma forma, ajudarmos outros a superar os sintomas e curar as feridas causadas por essas distorções.

Se você é um empresário, dono de negócios, você pode ter programas de parcerias com ONGs que promovam a inclusão e treinamento do negro no mercado de trabalho.

Você, professor, educador, pode tratar da temática da desigualdade social em sala de aula, e ajudar seus alunos a terem um maior entendimento de que ações práticas eles podem ter na sociedade, e que marcas positivas eles podem deixar. Nossos adolescentes e jovens têm um papel importantíssimo na construção da coletividade.

Busque informações e oportunidades de se envolver nesta causaVocê pode encontrar várias dicas importantes em nossos programas e em nossas redes sociais de como você pode se envolver ou como você pode obter ajuda em como vencer as causas dos traumas da desigualdade racial.

Inscreva-se no programa Superando os Traumas da Afrodescendência (STA) e tenha acesso a esse suporte PLENO E PERSONALIZADO!

Se você quiser conhecer mais como desvendar os segredos dos traumas da DESIGUALDADE RACIAL, acesse nossos canais e conheça outros programas que temos especialmente para você!

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Dr. Ezequiel Chissonde

Dr. Ezequiel Chissonde

É Médico, Palestrante, Mentor e Treinador de Lideranças. É entusiasta por investir em pessoas que desejam se tornar a melhor versão de si mesmas.
Através de seus projetos, tem impactado inúmeras pessoas ao redor do mundo.
São pessoas comuns que, através do trabalho de Ezequiel Chissonde, fizeram mudanças profundas na história de suas vidas.

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