Vivemos em uma sociedade onde é cada vez mais comum o corporativismo, a manipulação, a chantagem, o “vale tudo por dinheiro”, as “alianças” duvidosas em troca de “benesses” recíprocas, o incentivo ao uso de máscaras, para uma suposta “sobrevivência” profissional e social.
Isso gera muita gente com aparências externas e ostentações surpreendentes, mas profundamente adoecidas por dentro, em “troca de favores” e concessões além dos limites de suas consciências e do que é justo, correto e íntegro, vivem a vida dos OUTROS e não a sua.
Essas pessoas perderam a liberdade de serem elas mesmas. Venderam sua integridade e caráter, em troca de benesses e “privilégios”, que vão minando suas mentes, sua alma, seu entorno, suas famílias e os colocam num caminho, a maioria das vezes em rota de colisão, e infelizmente um caminho sem volta!
São vidas de solidão no meio da multidão, de mentes e comportamentos enredados por teias das quais não se podem libertar, de consciência acorrentada, de falta de paz com o travesseiro, de pesadelos, de avidez doentia por mais enredos complicados em suas vidas.
Vejo isso todos os dias no meu consultório, avalio muitos casos estarrecedores no meu trabalho de consultoria em saúde ocupacional. É de arrepiar os cabelos! Para alguns o tratamento apenas ameniza os buracos criados na alma e ensina a conviver com eles de forma equilibrada. Para outros somente o judiciário ameniza algumas perdas irreparáveis…
Sempre que possível, seja você mesmo. Se necessário for, pague o preço. Mas esse é o caminho da liberdade e da integridade (se é isso que você quer). Agora, se suas aspirações são outras (…) só posso te desejar boa viagem, seja para que destino for, só que, pode ser um caminho sem volta…
Liberdade se constrói. Começa com a capacidade de dizer NÃO, de colocar LIMITES primeiro para impulsos nossos que são destrutivos. Inclui também colocar limites aos OUTROS e aceitar seus LIMITES E NÃOS. Algumas vezes será necessário caminhar na contramão da multidão, para preservar sua identidade, integridade, caráter e liberdade de consciência.
Isso tem um preço, mas é infinitamente inferior àquele que se paga quando você faz o caminho contrário. O preço do enredo, da teia, das alianças duvidosas, é muito mais caro e pode render gerações futuras que não participaram de suas escolhas, mas viverão as consequências delas.
Estabilidade económica e até fortunas fazem bem aos seres humanos, sem dúvida. E podem ser alcançados de forma justa e digna.
Mas lembre-se que uma das melhores heranças/legados que você pode deixar para as gerações futuras são: um bom nome, boas referências de caráter e integridade e a certeza de que fez o melhor e de si e com consciência livre, enquanto em vida.
Seja Você mesmo! Não estou falando de ser incorrigível, mas de ter no mínimo identidade própria e ter consciência da sua liberdade (que inclui limites para você e para os outros).
Um ótimo dia para você.
Dr. Ezequiel Chissonde
