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ToggleO Que É e O Que Caracteriza um Relacionamento Abusivo?
Relacionamentos abusivos são marcados por padrões de comportamento coercitivo, controladores e, muitas vezes, violentos, que podem incluir violência física, psicológica, sexual e até financeira. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), relacionamentos abusivos afetam milhões de mulheres no mundo e têm impactos devastadores, como depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e problemas graves de saúde mental.
Embora mais comuns em relações heterossexuais entre homens e mulheres, relacionamentos abusivos podem ocorrer em qualquer configuração, seja entre pessoas do mesmo sexo, seja com os papéis de vítima e agressor invertidos.
Como Começa um Relacionamento Abusivo?
No início, o relacionamento parece um sonho: o parceiro é carinhoso, atencioso e perfeito. Mas essa fase é estratégica. O abusador busca conquistar a confiança e criar dependência emocional. Apenas quando sente que a vítima está emocionalmente fragilizada, começam os comportamentos abusivos.
Entre os primeiros sinais estão manipulações para minar a autoestima, exigências para que a vítima largue o emprego ou se afaste de amigos, e críticas sutis que evoluem para agressões verbais. O objetivo do abusador é claro: deixar a vítima dependente e sem forças para sair da relação.
Quais São os Sinais de Alerta Que Indicam Que um Relacionamento É Abusivo?
Identificar os sinais é crucial para reconhecer e agir em uma relação tóxica. Abaixo, listamos os 9 principais:
- Ciúme Excessivo
O ciúme normal se transforma em algo tóxico quando o parceiro culpa a vítima por suas inseguranças, critica roupas e maquiagens e a acusa de “não se dar ao respeito.”
- Controle dos Aspectos da Vida da Vítima
O abusador restringe amizades, locais frequentados e até decisões pessoais, como escolhas profissionais. Essa tática visa o isolamento social da vítima.
- Invasão de Privacidade
O parceiro monitora conversas, lê mensagens sem permissão ou instala programas para rastrear a vítima. Essa prática frequentemente vem disfarçada de frases como: “Quem não deve, não teme.”
- Manipulação Emocional
O abusador usa chantagens emocionais para manter o controle. Exemplos incluem:
- Ameaças de suicídio caso a vítima termine a relação.
- Ameaças de tirar os filhos ou o animal de estimação.
- Destruição da Autoestima
O abusador utiliza críticas e humilhações para destruir a autoconfiança da vítima. Frases como “Você só me força a fazer isso” ou “Você não encontra alguém melhor do que eu” são comuns.
- Invalidação dos Sentimentos
O agressor faz a vítima acreditar que suas emoções são exageradas ou irreais, dizendo coisas como: “Você está louca” ou “Para de drama.”
- Controle Financeiro
O parceiro impede que a vítima tenha acesso ao dinheiro, controla suas despesas ou a força a largar o emprego, aumentando sua dependência.
- Estupro
Mesmo dentro de um relacionamento, o sexo sem consentimento é considerado estupro. Atos como coagir a parceira ou realizar o ato sem seu consentimento são formas de abuso.
- Violência Física
Pode começar com empurrões e escalonar para tapas, socos ou agressões mais graves.
Mudanças de Comportamento Que Podem Indicar uma Relação Abusiva
- Isolamento Social
A vítima evita eventos sociais e se afasta de amigos e familiares. Isso acontece devido ao controle do parceiro.
- Dependência Financeira
Muitas vítimas acabam largando o emprego a pedido do agressor, o que as torna financeiramente vulneráveis. Essa dependência econômica aumenta o controle do agressor e dificulta a possibilidade de independência, tornando ainda mais difícil para a vítima romper o ciclo de violência.
- Uso de Medicamentos Controlados
Vítimas de violência podem apresentar sinais de ansiedade, depressão e insônia, frequentemente necessitando de medicamentos para lidar com a realidade e aliviar os sintomas emocionais. Nesse contexto, é importante buscar apoio profissional para um tratamento adequado, que ajude a restaurar o equilíbrio mental e emocional.
- Mudanças no Vestuário
Roupas mais longas, por exemplo, podem ser utilizadas tanto para esconder marcas de violência quanto para atender às exigências do abusador. Dessa forma, a vítima acaba se sentindo pressionada a se adaptar a uma imagem ou comportamento imposto, o que reforça o controle emocional e físico exercido sobre ela.
“Em Briga de Marido e Mulher, Meta a Colher”
No Brasil, um feminicídio é registrado a cada 6 horas e meia, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A maioria desses crimes acontece em contextos de relacionamentos abusivos, onde a violência é frequentemente normalizada. Frases como “em briga de marido e mulher não se mete a colher” acabam perpetuando esse ciclo de violência. Portanto, se você identificar sinais de abuso, denuncie pelo Disque 180 ou procure uma Delegacia da Mulher. Sua atitude pode salvar vidas.
O Que Fazer Para Sair de um Relacionamento Abusivo?
- Trabalhe Sua Autoestima
A vítima precisa reconstruir sua confiança. Recomendamos o livro Como Superar a Baixa Autoestima, do Dr. Ezequiel Chissonde, especialista em saúde mental.
- Encontre uma Fonte de Renda
Se o agressor a tornou financeiramente dependente, busque trabalhos que possam ser realizados em casa, como vendas de produtos ou atividades digitais.
- Termine a Relação em um Local Seguro e Com Apoio
Encontre um lugar público e, se possível, peça a um amigo ou familiar de confiança para acompanhá-la durante o término. Estar em um ambiente seguro e com apoio pode proporcionar mais proteção e conforto nesse momento difícil. Além disso, isso pode ajudar a diminuir os riscos envolvidos e a manter o controle emocional, tornando a situação menos vulnerável e mais segura para a vítima.
- Desenvolva Sua Inteligência Emocional
Para evitar recaídas, invista em saúde emocional. A Assamplay, plataforma de streaming focada em saúde mental, oferece conteúdos que ajudam na recuperação.
- Peça Ajuda e Construa uma Rede de Apoio
Não enfrente isso sozinha. Procure ONGs, centros de apoio, amigos ou familiares para ajudar a criar um plano de segurança. Além disso, ligue para o 180 para receber orientações sobre abrigos e suporte jurídico. Lembre-se de que existem recursos disponíveis para proteger você e garantir seu bem-estar.
Considerações Finais
Sair de um relacionamento abusivo não é fácil, mas é possível. Não se culpe pelas ações do agressor e, acima de tudo, não hesite em buscar ajuda. Lembre-se: a pessoa que você conheceu no início da relação não existe mais. Não se arrisque esperando por uma mudança que, provavelmente, nunca acontecerá. É essencial que você priorize sua segurança e bem-estar, buscando apoio para romper com o ciclo de violência.
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