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ToggleO Que É a Violência Doméstica?
A violência doméstica é um padrão de comportamento abusivo utilizado para exercer poder e controle sobre um parceiro íntimo. Essa violência pode assumir diversas formas: física, psicológica, sexual, moral e patrimonial. Segundo o Instituto Maria da Penha, reconhecer o abuso é o primeiro passo para combatê-lo.
De acordo com dados recentes do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), 25 mulheres brasileiras sofrem violência doméstica por minuto. Esse dado, alarmante por si só, representa apenas os casos reportados, o que sugere que o número real pode ser muito maior, considerando as mulheres que sofrem em silêncio.
Tipos de Violência Doméstica Segundo a Lei Maria da Penha
A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) categoriza a violência doméstica em cinco tipos principais:
- Violência Física
Inclui qualquer conduta que cause dano ou lesão ao corpo da vítima, como bater, empurrar, sufocar, queimar ou usar objetos cortantes.
- Violência Psicológica
É caracterizada por comportamentos que prejudicam a saúde emocional ou psicológica da mulher, como humilhação, manipulação, ameaças e gaslighting — um tipo de manipulação psicológica que faz a vítima duvidar de sua sanidade.
- Violência Moral
Envolve ações que mancham a reputação da vítima, como calúnia, difamação e xingamentos que desqualifiquem sua índole.
- Violência Sexual
Abrange qualquer forma de contato sexual não consensual, desde estupro até a obrigatoriedade de práticas sexuais indesejadas.
- Violência Patrimonial
Relaciona-se à destruição ou controle de bens materiais e recursos financeiros da vítima, como impedir acesso ao salário, destruir documentos ou objetos de valor sentimental.
Ciclo da Violência Doméstica: 3 Etapas Críticas
A psicóloga norte-americana Lenore Walker, autora do livro The Battered Woman Syndrome (1979), identificou um padrão recorrente em casos de violência doméstica, dividido em três fases:
Etapa 1: Aumento da Tensão
O agressor reage exageradamente a pequenos eventos, gerando um ambiente de constante tensão. A vítima tenta apaziguá-lo, muitas vezes se culpando ou justificando seu comportamento.
Etapa 2: Ato de Violência
O agressor descarrega sua tensão através de violência física, psicológica ou patrimonial. A vítima, paralisada pelo medo, sofre danos que podem incluir insônia, ansiedade ou depressão.
Etapa 3: Arrependimento e Comportamento Carinhoso
Nesta etapa, o agressor “se arrepende” e tenta reconquistar a vítima com gestos carinhosos ou promessas de mudança. Essa fase, porém, é temporária e o ciclo tende a recomeçar.
O Impacto da Violência Doméstica nas Crianças
Crianças que presenciam violência doméstica enfrentam sérias consequências psicológicas e sociais. Segundo um estudo da American Academy of Pediatrics, essas crianças têm maior risco de desenvolver transtornos como ansiedade, depressão e TEPT (transtorno de estresse pós-traumático). Além disso, podem reproduzir comportamentos abusivos em relacionamentos futuros.
Como a Sociedade Contribui Para Casos de Violência Doméstica
Frases como “em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher” perpetuam a ideia de que a violência doméstica é um problema privado, o que desencoraja denúncias e promove a impunidade. O patriarcado também reforça a desigualdade de gênero, criando um ambiente propício para o abuso.
Quebrando Tabus Sobre Violência Doméstica
“Ela Gosta de Apanhar”
Nenhuma mulher permanece em um relacionamento abusivo porque gosta de violência. Muitas vezes, a vítima é manipulada emocionalmente, acredita que o agressor pode mudar ou teme represálias.
“Isso Está Acontecendo Porque Não Busca a Deus”
A violência é responsabilidade exclusiva do agressor. Não cabe à vítima “orar” por mudanças enquanto permanece em um ambiente abusivo.
“Isso É Carma”
Nenhuma mulher merece sofrer violência. Essa crença é uma forma de culpabilizar a vítima.
“Ela Provocou”
Violência nunca tem justificativa. O uso de força ou abuso emocional é sempre uma escolha do agressor.
O Que Fazer em Caso de Violência Doméstica?
Trabalhe Sua Autoestima
Baixa autoestima é frequentemente um efeito da violência doméstica. Para reconstruí-la, considere terapias e leituras, como o e-book Como Superar a Baixa Autoestima, de Dr. Ezequiel Chissonde.
Peça Ajuda a Amigos e Familiares
Não se isole. Converse com pessoas de confiança e informe-se sobre os serviços disponíveis em sua cidade.
Procure um Centro de Atendimento à Mulher
Centros de Referência para Mulheres oferecem orientação legal, psicológica e social.
Denuncie Pelo Canal 180
O Disque 180 funciona 24 horas e oferece suporte em casos de violência doméstica.
Busque Apoio Psicológico
Um terapeuta pode ajudar a lidar com traumas e a planejar um caminho seguro para sair do relacionamento.
Como Evitar Entrar em um Relacionamento Abusivo
- Observe Como Ele Trata os Pais: O desrespeito a familiares pode indicar comportamentos abusivos.
- Tenha Cuidado Com Ciúmes Excessivos: Controle e possessividade são sinais de alerta.
- Retire-se ao Primeiro Sinal de Violência: Tolerância zero deve ser a regra.
- Desenvolva Sua Inteligência Emocional: Investir em saúde mental reduz a dependência emocional de relacionamentos abusivos.