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A saúde mental feminina ainda é um tema negligenciado em muitas discussões sociais e institucionais, apesar de sua urgência. Este artigo explora as razões pelas quais as mulheres são mais vulneráveis a transtornos mentais, identificando os principais fatores que contribuem para isso e apresentando estratégias práticas para preservá-la. Com base em dados da OMS, estudos de universidades renomadas e literatura nacional e internacional, abordaremos desde o impacto do acúmulo de funções até a influência das mídias sociais, sempre com soluções viáveis e embasadas em evidências científicas.
Por Que a Saúde Mental Feminina Deve Ser uma Prioridade?
Enquanto temas como câncer de mama e do colo do útero recebem merecida atenção, a saúde mental das mulheres ainda não alcançou o mesmo nível de debate público. Entretanto, os dados são alarmantes: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mulheres são 1,5 vezes mais suscetíveis a transtornos mentais em comparação aos homens. Isso inclui depressão, ansiedade, transtornos alimentares e estresse pós-traumático.
A pandemia de COVID-19 agravou esse quadro. O aumento do trabalho remoto e o fechamento de escolas resultaram em uma carga maior de tarefas domésticas e cuidados com os filhos, frequentemente atribuídas às mulheres. Essa realidade reforça a necessidade de discutirmos o tema com mais seriedade e urgência.
O Que é Saúde Mental e Como Ela Afeta as Mulheres?
A OMS define saúde mental como “um estado de bem-estar emocional e psicológico”, essencial para que possamos enfrentar os desafios do cotidiano. No caso das mulheres, o impacto é amplificado por fatores biológicos, sociais e culturais, como variações hormonais ao longo do ciclo reprodutivo e desigualdades de gênero no mercado de trabalho.
Estudos recentes, como os publicados na revista científica The Lancet Psychiatry, mostram que a depressão atinge duas vezes mais mulheres do que homens. Já o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) ocorre em taxas significativamente maiores em mulheres, principalmente devido à prevalência de violência sexual e doméstica. O estigma associado a buscar ajuda agrava ainda mais esses problemas.
Os 6 Principais Fatores que Comprometem a Saúde Mental das Mulheres
1. Acúmulo de Funções
As mulheres enfrentam a pressão de desempenhar múltiplos papéis — mãe, profissional, esposa, cuidadora. Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que as mulheres dedicam, em média, 18 horas semanais às tarefas domésticas, enquanto os homens gastam cerca de 10 horas. Essa sobrecarga está diretamente ligada ao aumento de estresse, ansiedade e esgotamento mental.
2. Falta de Lazer e Descanso
O tempo de lazer das mulheres é frequentemente sacrificado em favor de responsabilidades familiares e profissionais. O estudo “Tempo Livre e Saúde Mental”, da Universidade de São Paulo (USP), apontou que mulheres que não têm momentos de descanso têm 35% mais chances de desenvolver transtornos de humor, como a depressão.
3. Insegurança Financeira
A desigualdade salarial é um dos fatores mais prejudiciais à saúde mental feminina. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres ganham, em média, 20% menos que os homens, enfrentam menos oportunidades de promoção e têm empregos mais precários. Isso resulta em um ciclo de estresse constante e preocupações com o futuro.
4. Violência Doméstica
A violência doméstica afeta não apenas a integridade física, mas também a saúde mental. De acordo com o relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), uma em cada quatro mulheres sofreu algum tipo de violência doméstica durante a pandemia. Esse contexto frequentemente leva à depressão, ansiedade e até pensamentos suicidas.
5. Pressão Social e Comparações nas Mídias Sociais
Estudos realizados pela Harvard Business Review indicam que as mídias sociais amplificam padrões irreais de beleza e sucesso, alimentando transtornos de imagem e baixa autoestima em mulheres. Jovens expostas a essas pressões têm maior risco de desenvolver distúrbios alimentares e insatisfação corporal.
6. Estresse Crônico
O estresse crônico, causado pela sobrecarga de responsabilidades, é um dos maiores vilões da saúde mental. Estudos publicados na revista científica Psychological Medicine mostram que mulheres submetidas a altos níveis de estresse têm maior propensão a desenvolver doenças como hipertensão e diabetes, além de transtornos mentais.
Transtornos Mentais Mais Comuns em Mulheres
As mulheres não apenas são mais suscetíveis aos transtornos mentais, como também apresentam sintomas mais graves e prolongados. Entre os mais comuns estão:
- Depressão: Cerca de 264 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, sendo 60% mulheres (OMS). Os sintomas variam de tristeza prolongada à perda de interesse pelas atividades diárias.
- Depressão Pós-Parto: Afeta 1 em cada 7 mães, segundo estudo publicado no Journal of Women’s Health. Os sintomas incluem irritabilidade, fadiga extrema e dificuldades de conexão com o bebê.
- Transtornos de Ansiedade: Ansiedade generalizada é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens, segundo a American Psychiatric Association (APA).
- Transtornos Alimentares: A pressão estética leva as mulheres a serem 10 vezes mais propensas a desenvolver transtornos alimentares, como bulimia e anorexia.
Como Proteger a Saúde Mental Feminina?
Felizmente, existem medidas práticas e eficazes para preservar a saúde mental das mulheres. Aqui estão algumas delas:
- Pratique Atividades Físicas: Exercícios liberam endorfina, um neurotransmissor que melhora o humor.
- Estabeleça Momentos de Lazer: Priorize hobbies e atividades que tragam prazer.
- Busque Apoio Profissional: Terapia e consultas psiquiátricas são fundamentais para diagnosticar e tratar transtornos.
- Promova o Autocuidado: Isso inclui desde uma rotina de skincare até a busca por hobbies.
- Enfrente Relacionamentos Abusivos: Identifique sinais de toxicidade e busque ajuda para romper esses ciclos.
- Desenvolva a Inteligência Emocional: Plataformas como a ASAMMPLAY oferecem conteúdos que ajudam a lidar com as emoções e a melhorar a autoestima.
Conclusão: Por Um Futuro Onde a Saúde Mental Feminina Seja Respeitada
A saúde mental das mulheres é um reflexo da sociedade em que vivemos. É necessário combater estigmas, promover políticas públicas que atendam às suas necessidades e criar ambientes de apoio, tanto no lar quanto no trabalho. Para isso, a educação emocional e a empatia são armas poderosas. Afinal, mulheres saudáveis mentalmente são a base de uma sociedade mais equilibrada e justa.